Lava Jato investiga propinas de US$ 31 mi | aRede
PUBLICIDADE

Lava Jato investiga propinas de US$ 31 mi

Esquema corrupto que atuava na área de trading da Petrobras é investigado na 57ª fase da Operação

Petrobras é investigada por propinas entre os anos de 2009 a 2014
Petrobras é investigada por propinas entre os anos de 2009 a 2014 -

João Vitor Rezende

@Siga-me
Google Notícias facebook twitter twitter telegram whatsapp email

Esquema corrupto que atuava na área de trading da Petrobras é investigado na 57ª fase da Operação

A 57ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Sem Limites, deflagrada nesta quarta-feira (5) pela Polícia Federal, investiga o pagamento de pelo menos US$ 31 milhões em propinas para operadores e então funcionários da Petrobras, entre os anos de 2009 a 2014. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), essas propinas foram desembolsadas por “grandes empresas do mercado de petróleo e derivados – conhecidas como tradings”.

Entre as empresas, estão a Vitol, Trafigura e Glencore. Segundo as investigações, há suspeita de que, entre 2011 e 2014, elas fizeram pagamentos de propinas nos valores de US$ 5,1 milhões, US$ 6,1 milhões e US$ 4,1 milhões, respectivamente, “relacionadas a mais de 160 operações de compra e venda de derivados de petróleo e aluguel de tanques para estocagem”.

“As provas apontam que havia um esquema em que empresas investigadas pagavam propina a funcionários da Petrobras para obter facilidades, conseguir preços mais vantajosos e realizar contratos com maior frequência”, diz o MPF.

“Os subornos beneficiavam funcionários da gerência executiva de Marketing e Comercialização, subordinada à Diretoria de Abastecimento. As operações de trading (compra e venda) e de locação que subsidiaram os esquemas de corrupção foram conduzidas pelo escritório da Petrobras em Houston, no estado do Texas, nos Estados Unidos, e pelo centro de operações no Rio de Janeiro”, acrescenta.

A procuradora da República Jerusa Burmann Viecili, que integra a força-tarefa Lava Jato no MPF em Curitiba, informou que “as operações da área comercial da Petrobras no mercado internacional constituem um ambiente propício para o surgimento e pulverização de esquemas de corrupção, já que o volume negociado é muito grande e poucos centavos a mais, nas negociações diárias, podem render milhões de dólares ao final do mês em propina”.

As tradings investigadas comercializam de modo maciço e recorrente com a Petrobras, no mercado internacional. “Somente a Trafigura, entre 2004 e 2015, realizou cerca de 966 operações comerciais com a Petrobras, as quais totalizaram o valor de aproximado de US$ 8,7 bilhões”, diz o MPF.

O procurador da República Athayde Ribeiro Costa ressalta que “trata-se de esquema criminoso praticado ao longo de anos, com envolvimento de empresas gigantes de atuação internacional, parte delas com faturamento maior que o da própria Petrobras. Foram corrompidos funcionários da estatal, com evidências de que ao menos dois ainda estão em exercício, para que as operações de compra e venda de derivados de petróleo favorecessem estas empresas. Os ilícitos estão sujeitos a punições no Brasil e no exterior”.

Os policiais federais cumprem, desde as primeiras horas da manhã de hoje, 11 mandados de prisão, todos em endereços no Rio de Janeiro, e 26 de busca e apreensão.

A Agência Brasil tentou contato, sem sucesso, com a Vitol, Trafigura e Glencore. A reportagem aguarda resposta da assessoria de imprensa da Petrobras.

Lava Jato prende seis no Brasil e emite alertas para Interpol

A Polícia Federal (PF) já cumpriu seis dos 11 mandados de prisão que constam na 57ª da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã de hoje (5). Três dos mandados são contra pessoas que estão no exterior, e foram emitidos alertas para a Interpol incluí-los na lista de procurados. Entre elas está um funcionário da Petrobras que atua em Houston, nos Estados Unidos.

Outro mandado de prisão é contra um funcionário da Petrobras que continua na ativa em um dos edifícios da empresa no Rio de Janeiro. Seu mandado não pôde ser cumprido porque ele se encontra internado há três dias, em um hospital da cidade.

Com informações da Agência Brasil

PUBLICIDADE

Participe de nossos

Grupos de Whatsapp

Conteúdo de marca

Quero divulgar right

PUBLICIDADE