Governo de Cuba anuncia saída do 'Mais Médicos'

Decisão foi confirmada nesta quarta-feira (14) e também afeta atendimento de saúde nas unidades básicas de Ponta Grossa

Por meio do Ministério de Saúde Pública, o Governo de Cuba anunciou nesta quarta-feira (14) a saída do programa 'Mais Médicos'. O comunicado publicado pelo Executivo do país latino-americano revela que cerca de 20 mil colaboradores cubanos atenderam mais de 113,3 milhões de pacientes em 3,6 mil municípios.

"O presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, com referências diretas sobre a presença de nossos médicos, já havia declarado e reiterado que modificará as condições do Programa Mais Médicos, com desrespeito a la Organização Pan-americana de Saúde e com o acordo feito com Cuba, ao questionar a preparação de nossos médicos e condicionar sua permanência no programa a uma revalidação do título de médico como a única forma de uma contratação individual", diz o comunicado.

"As modificações anunciadas impõem condições inaceitáveis e descumprem as garantias acordadas desde o inicio do Programa", complementa a nota. O texto também relata que em Cuba já se formaram mais de 35 mil profissionais de saúde de 138 países.

Via redes sociais, o presidente eleito Jair Bolsonaro se manifestou sobre o tema: "Condicionamos à continuidade do programa Mais Médicos a aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou", explica.

Situação em Ponta Grossa

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Ponta Grossa também tinha profissionais em seu quadro de funcionários, trabalhando nas Unidades Básicas de Saúde da cidade. Ao todo, 60 médicos cubanos ofertam mais de 1.200 consultas diárias no município.

O prefeito Marcelo Rangel (PSDB) realiza entrevista coletiva neste momento na Prefeitura para detalhar um plano emergencial de substituição aos médicos cubanos que deixarão, em definitivo, a estrutura de saúde do Município.