Terremoto no Irã-Iraque é o mais mortal de 2017
O terremoto registrado no último domingo deixou aproximadamente 7 mil feridos
Publicado: 14/11/2017, 08:56
O
terremoto registrado no último domingo deixou aproximadamente 7 mil feridos
Com mais de 400 mortos e 7 mil
feridos, o terremoto que atingiu no domingo uma região montanhosa na fronteira
entre o Irã e o Iraque já é considerado o mais mortífero deste ano.
Uma grande operação de buscas
está em curso para resgatar quem possa estar preso sob os escombros deixados
pelo tremor de magnitude 7.3.
A maioria das mortes foi
registrada na parte oriental do Irã, em Sarpol-e-Zahab, cidade localizada a 15
km da fronteira, e em outras partes da Província de Kermanshah.
O principal hospital da cidade
ficou seriamente danificado pelo tremor, dificultando ainda mais o tratamento
de centenas de feridos, segundo a emissora estatal do país.
O fornecimento de água e energia
foi interrompido em algumas cidades e, após alguns edifícios caírem, habitantes
dessas localidades foram evacuados e tiveram de passar a noite em parques e nas
ruas em meio ao clima frio.
"Precisamos de abrigo",
disse um homem em Sarpol-e Zahab à emissora pública iraniana. "Onde está a
ajuda? Onde está a ajuda?, repetiu."
Uma agência humanitária informou
que 700 mil pessoas precisam de abrigo depois do terremoto.
Centenas de mortos
Autoridades do Irã informaram que
407 pessoas morreram no país. Entre as vítimas, estava o comandante do Exército
iraniano, segundo a emissora estatal IRINN.
No Iraque, nove pessoas morreram,
segundo disse um porta-voz da Cruz Vermelha à BBC. O escritório da Organização
das Nações Unidas (ONU) no país disse que mais de 500 pessoas ficaram feridas e
que o tremor foi sentido nas cidades de Irbil, Sulaimaniya, Kirkuk e Basra,
além da capital Bagdá.
Muitas casas dessa região
montanhosa, que é predominantemente curda, são feitas com tijolos de lama e
vulneráveis a abalos tão intensos quanto o do último domingo.
Deslizamentos de terra tornaram
mais difícil o trabalho de equipes de resgate para chegar aos atingidos nas
zonas rurais, e há o receio de que uma barragem no Iraque, que foi danificada
pelo tremor, se rompa.
O terremoto ocorreu às 21h18 do
horário local (16h18 do horário de Brasília) a cerca de 30 km a sudoeste de
Halabja, próximo da fronteira nordeste com o Irã.
Mais de um 1,8 milhão de pessoas
vivem em um raio de 100 km de distância do epicentro do abalo, de acordo com
estimativas da ONU.
O tremor se deu a uma
profundidade relativamente pequena, de 23,2 km. Abalos também foram sentidos na
Turquia, em Israel e no Kuwait.
Vulnerabilidade
O Irã é uma das regiões do mundo
em que terremotos são frequentes. O país já foi atingido por tremores intensos
no passado.
Em 2003, um terremoto de
magnitude 6.6 destruiu a cidade histórica de Bam, matando 26 mil pessoas.
O principal motivo da
vulnerabilidade a esse tipo de fenômeno geológico é o encontro entre as placas
tectônicas Arábica e Eurasiática.
No sudeste do país, a placa
Arábica está entrando debaixo da Eurasiática, enquanto, no noroeste, há um
atrito direto entre elas. As montanhas Zagros são um resultado disso.
O tremor de domingo foi o mais
mortífero do Irã dos últimos cinco anos, mas é apenas o sexto de magnitude 7.0
ou maior neste ano no mundo - houve 16 desse tipo em 2016 e 19 em 2015.
Informações MSN Notícias