Enxergar mal prejudica aprendizado
Pesquisa mostra que o uso de óculos melhora o rendimento escolar
Publicado: 04/03/2017, 22:52
De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier em Campinas, uma pesquisa com pais e professores de 36 mil alunos da rede pública de ensino que receberam óculos durante programa social desenvolvido pelo hospital, comprova a influência da visão no desempenho escolar. Os resultados mostram que depois de um ano para os professores 50% dos estudantes tiveram melhora no rendimento escolar, a concentração de 57% aumentou e 38,2% ficaram menos agitados.
Para os pais, 88% das crianças passaram a ter mais concentração e interesse pelo estudo, todos os que sentiam dor de cabeça pararam de se queixar e 91% começaram realizar tarefas que antes não conseguiam.
O problema é que no Brasil 8 em cada 10 crianças em idade pré-escolar nunca foram ao oftalmologista e 30% têm algum vício de refração de acordo com o CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia). Para Queiroz Neto isso explica a repetência de 11,4% entre alunos do primeiro grau, encontrada na última PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar) realizada pelo IBGE. A pesquisa também mostra que na região Norte a repetência atinge 16,3% e no Nordeste 16,9%.
Como se não bastasse, para a OMS (Organização Mundial da Saúde) a falta de óculos é a maior causa da deficiência visual no Brasil. Segundo Queiroz Neto não quer dizer que o grau aumenta quando a criança deixa de usar os óculos. Entretanto, explica, a visão desfocada (astigmatismo), dificuldade moderada de enxergar à distância (miopia) ou próximo (hipermetropia), já é suficiente para atrapalhar o aprendizado. Por isso, o hospital disponibiliza um aplicativo autoexplicativo para triagem visual das crianças no site -www.penidobuernier.com.br. O médico afirma que a ferramenta não substitui a consulta, mas indica quando é necessário passar por exame com um especialista.