Cardozo faz defesa de Dilma contra impeachment
Para o advogado-geral da União, afastamento de um presidente eleito só pode ocorrer em situações extremas.
Publicado: 04/04/2016, 18:05
Para o advogado-geral da União, afastamento de um
presidente eleito só pode ocorrer em situações extremas.
O advogado-geral da União,
José Eduardo Cardozo, iniciou há pouco a sustentação oral da defesa da
presidenta Dilma Rousseff na comissão especial do impeachment da Câmara dos
Deputados. Antes de iniciar o discurso de defesa da presidenta, Cardoso
entregou ao presidente da comissão. Rogério Rosso (PSD-DF), a defesa escrita de
Dilma.
Cardozo, afirmou que o afastamento de um presidente eleito no
regime presidencialista só pode ocorrer em “situações extremas” e “hipóteses
excepcionalistas”.
“A cassação do mandato do presidente da República, no Estado
Democrático de Direito, equipara-se à intervenção da União nos estados e aos
estados de sítio e de defesa”, disse Cardozo, ao apresentar a defesa da
presidenta Dilma Rousseff na comissão especial da Câmara dos Deputados que
analisa o pedido de impeachment da
chefe do governo.
Para Cardozo, o impeachment
só pode ser usado em “absoluta excepcionalidade institucional, justamente por
força das garantias que marcam esse sistema de governo. [Seria] uma gravidade
afrontosa aos princípios basilares do sistema”.
Ao entregar a defesa entregue à comissão especial, ele disse que
demonstraria “de forma clara e indiscutível” a improcedência do pedido de
afastamento da chefe do governo. Ele explicou que a defesa está dividida em
três partes: contextualização institucional, questões preliminares e análise do
mérito das denúncias contra Dilma. “A defesa é longa, exaustiva. Quase 200
páginas de texto, onde são feitas considerações políticas, jurídicas,
econômicas e financeiras.”
“[Na defesa] está clara e indiscutível a absoluta improcedência
dos crimes de responsabilidade, que são, em tese, imputáveis à presidenta da
República. Não existem crimes, a peça é marcada por profundos vícios, e a
defesa mostrará isso, com profunda clareza e rigor”, afirmou o ministro.
Antes de Cardozo iniciar sua fala, o presidente da comissão,
Rogério Rosso (PSD-DF), informou que não seriam permitidas manifestações ou
interpelações ao ministro.
Informações
da Agência Brasil.