Projeto tira benefícios de servidores
Tramita em caráter de urgência na Câmara Federal em Brasília uma iniciativa que poderá levar a alterações significativas nas carreiras públicas.
Publicado: 04/04/2016, 11:16
PLP tramita em regime de urgência e prevê
mudanças na carreira pública. Medida prevê congelamento de salários.
Tramita em caráter de urgência na
Câmara Federal em Brasília uma iniciativa que poderá levar a alterações
significativas nas carreiras públicas. O projeto de lei complementar (PLP)
257/2016 institui o Regime Especial de Contingenciamento (REC) que prevê medidas
para limitação de gastos da União, incluindo o congelamento de salários.
O PLP propõe uma reforma fiscal
para ajudar os estados a quitar a dívida pública com a União. Como
contrapartida, a proposta exige a suspensão de concursos, reajuste salariais, corte
de benefícios e até demissão. O projeto também propõe a redução de gastos com
terceirizados e aumento na contribuição previdenciária dos servidores –
passaria de 11% para 14%. Se o pacote for aprovado, ele terá duração de 24
meses e será implementado em até 180 dias.
A proposta do governo que permite
o alongamento do prazo de pagamento das dívidas dos estados com a União em 20
anos chegou à Câmara dos Deputados no início da noite da última terça-feira
(22). O alongamento da dívida dos estados faz parte do acordo fechado pelo
ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, com governadores, que nesta tarde
estiveram na Câmara e no Senado para tratar da votação do projeto. Segundo
Barbosa, o texto contém propostas estruturantes para reequilibrar as contas
públicas da União e dos estados no longo prazo.
Após reunião com os governadores,
o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o líder do governo, Humberto Costa
(PT-PE), prometeram tramitação rápida do projeto no Senado, assim que o texto
for aprovado pela Câmara.
O projeto define três etapas
distintas para sanar a crise e todas afetam os servidores. A primeira consiste
na suspensão de contratações, dos reajustes salariais e no corte de gastos,
incluindo os cargos comissionados. A segunda agrega a proibição de aumentos
nominais de salários, concessões de novos subsídios e desonerações, assim como
mais cortes.
Medida preocupa o sindicato
Em Ponta Grossa, o Sindicato dos Servidores Municipais
(SindServ) mostra preocupação com o PLP que tramita no Congresso, Leovanir
Martins, presidente da entidade, argumenta que a má saúde financeira de estados
e municípios não é culpa do funcionalismo público, mas sim da gestão
irresponsável da máquina estatal. “Isso é culpa de gestores que criaram gastos
desnecessários ao longo da história”, explicou o sindicalista.