Prefeito de Palmeira aposta em boa relação com o Estado

Edir Havrechaki acredita que município pode ganhar novos investimentos com chegada de Ratinho Junior e Sandro Alex no governo do Estado.

Cumprindo com todas as obrigações financeiras junto a servidores e fornecedores no ano passado, o município de Palmeira projeta crescimento em 2019 com a mudança no governo do Estado. Do mesmo partido de Ratinho Junior (PSD), o prefeito Edir Havrechaki aposta na boa relação com o novo líder estadual para atrair mais investimentos ao município. A indicação de Sandro Alex para a Secretaria de Infraestrutura e Logística também deve colaborar com a guinada, já que se trata de uma das principais pastas do governo e a que deve ser responsável por investimentos locais.

O prefeito elenca como prioridade na área a restruturação da PR-151, que liga Palmeira a Ponta Grossa. Para ele, as ações na rodovia podem melhorar a economia local e atrair novos investimentos ao município, que completa em 2019 o seu bicentenário.

Em nível federal, Edir Havrechaki espera que o governo de Jair Bolsonaro cumpra com a promessa de dar mais autonomia aos municípios. Para o prefeito, a retomada da economia, se confirmada, pode refletir em um avanço significativo na qualidade de vida da população.

JM: Dentre os trabalhos feitos em 2018, município realizou alguma ação que mereça destaque?

Edir Havrechaki: Acredito que os investimentos que tivemos e que continuamos fazendo na pavimentação e na renovação das frotas do município, tanto da secretária de Obras quanto de Saúde. É um investimento bastante significativo e que resulta na prestação de serviços para a comunidade. Afinal de contas, um equipamento novo traz um serviço melhor e mais rápido.

JM: Qual a importância do trabalho de deputados e de representantes do município nestes investimentos?

Edir: Na verdade todo o investimento maciço, aquele de maior valor, ele chega ao município somente com a ajuda do Governo ou da União. E tudo isso através de emendas dos deputados. É assim que conseguimos algum investimento direto. Em termos de relacionamento, é isso que precisamos fazer para que o município garante esses investimentos. Sem esses recursos externos, a situação seria muito mais difícil. O orçamento que temos dá pra dizer que ele somente cobre nossos gastos internos, praticamente.

JM: E como foi a administração deste orçamento durante 2018? O município conseguiu cumprir com as obrigações junto a servidores e fornecedores?

Edir: O ano de 2018 foi bem difícil e desafiador. Conseguimos manter as contas públicas em dia e honrar todos os compromissos dentro do nosso orçamento. Mas repito, foi um ano bem atípico, até por conta da eleição, que acaba fazendo com que nós tenhamos um fator diferente. Também tivemos a greve dos caminhoneiros, que trouxe um período de escassez e que precisamos ter uma dinâmica de controle de gastos para que fechássemos o ano no azul. Em relação ao 13º salário, por exemplo, não tivemos problemas porque programamos já em janeiro a reserva dos valores. Em 2018 já tínhamos pago no primeiro semestre a metade, e isso facilitou bastante. Se não fosse o nosso planejamento, poderíamos ter alguns problemas devido a esses fatores surpresas.

JM: O governador Ratinho Junior nomeou um nome aqui da região para uma das principais pastas do governo do Estado. Qual é a importância para Palmeira em ter um representante como Sandro Alex na secretaria de Infraestrutura e Logística?

Edir: É como você bem falou: é um representante em uma das pastas mais importantes do governo. Palmeira, em especial, tem uma demanda que será levada até o secretário – que com certeza já tem essa pauta – sobre a ligação entre o município e a cidade de Ponta Grossa através da PR-151. É uma rodovia que há muito tempo demanda de investimentos pesados, e não só de recape. Ela não tem acostamento e nem terceira faixa. É um elo importante entre as duas cidades e pode ser uma grande via de investimentos. Nós vemos junto ao governo uma expectativa para que a gente possa ter essa obra talvez planejada dentro do trabalho de Sandro Alex na Secretaria, que com certeza sabe da importância que ela tem para o nosso desenvolvimento.

JM: Essa demanda na PR-151 é o principal trabalho na área de infraestrutura para Palmeira nos próximos anos?

Edir: Sempre temos várias demandas. Essa seria uma das mais importante, já que muitos perderam a vida por conta da periculosidade dela. Então ela seria uma das prioridades, mas quando se fala em infraestrutura eu posso elencar pelo menos umas 10 prioridades. Porque é uma área que vai de encontro com o que a população espera, que são investimentos em rodovias, obras de pavimentação, de melhorias... Então fico feliz com o Sandro Alex à frente da pasta. O Sandro tem um olhar municipalista e a região dos Campos Gerais sempre foi muito generosa na votação do Sandro. Tenho certeza que ele estando secretário, o trabalho será bem diferente. No Executivo ele tem prerrogativas muito maior do que as emendas que possui como deputado.

JM: E como deve ser a relação do município de Palmeira com o Governo do Estado com a entrada de Ratinho Junior?

Edir: Palmeira não pode se queixar do último governo de Beto Richa, mas minha expectativa é que a relação seja muito melhor. Eu sou no partido do Ratinho Junior há muito tempo e tenho uma afinidade bem grande com ele. Temos uma condição de conversa melhor do que qualquer outra oportunidade que Palmeira já teve. A expectativa é que tenhamos uma aproximação, e que possamos dentro das condições do Estado fazer com que Palmeira seja atendida. A gente sabe que todos os municípios tem a mesma expectativa que a nossa, então vale estar organizado com os nosso projetos e mostrar ao governo o que precisa para avançar o nosso município.

JM: O que o prefeito espera do trabalho de Jair Bolsonaro na presidência da República? O senhor acredita que ele possa cumprir com a promessa de municipalizar as ações do governo federal?

Edir: É o que a gente espera. O primeiro desafio do presidente é alinhar os trabalhos e fazer com que esse otimismo que se instalou após a eleição se perpetue por mais quatro anos e faça com que a economia cresça. Depois acho que o presidente, se for atender aos municípios, precisa buscar uma reforma no pacto federativo e das mais autonomia para as cidades. Nos últimos anos nós vínhamos sofrendo cada dia mais. Quando era lançado um projeto, por exemplo, todas as despesas ficavam ao encargo dos municípios. É uma conta a mais pra gente pagar. E os repasses vinham se definhando cada dia mais. Acho que isso precisa ser revisto e que se deixe uma parcela maior dos recursos para os municípios, justamente para que se tenha autonomia e não vire refém destas emendas. Hoje qualquer investimento precisa de uma emenda, de uma indicação... O município precisa ter maior autonomia. Esse é um desejo não só meu, mas todos os prefeitos. Também quero que o país volte a crescer. Com a economia forte, as coisas facilitam: diminui o desemprego, a qualidade de vida fica melhor... Enfim. Mas é uma coisa de cada vez. O desafio é grande. São quatro anos para trabalhar e foram apenas 21 dias de mandato. Ele precisa de muita sabedoria para fazer as coisas e realizar as reformas que beneficiem diretamente a população.

JM: O prefeito já tem planos para a eleição de 2020?

Edir: A gente já vem pensando sim. Até porque após a eleição estadual e federal, já praticamente começa a municipal. Então já estamos analisando a nossa base de candidatos e vereador, até por conta dessa nova sistemática que não permite mais as coligações. Acredito que serão poucos partidos que vão segurar as eleições. Precisamos desta dinâmica e desta organização. Temos nomes que estão se colocando à disposição. Em Palmeira estamos realizando um bom trabalho há muito tempo e queremos continuidade daquilo que vem dando certo para o município. Esse anos é muito especial para nós, por conta do nosso bicentenário. Já estamos planejando muitas festividades, assim como planejamos ao longo deste segundo mandato para que pudéssemos entregar uma cidade diferente, com uma dinâmica melhor. Queremos realmente que o grupo que vem trabalhando se estruture e, que se a comunidade entender, dê continuidade ao trabalho que é realizado.