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Fechamento de Escritório Regional enfraquece piscicultura na região

Ausência de frigorífico, burocracia, e demanda de altos investimentos inibem crescimento do setor na região

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Fernando Rogala

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Inaugurado em março de 2014, o Escritório Regional da Superintendência da Pesca, em Ponta Grossa, tinha o objetivo de desenvolver a piscicultura na região dos Campos Gerais. À época, as perspectivas eram bastante positivas, para em um curto período de tempo, dobrar a produção de peixes no município. Havia a expectativa da inclusão de peixe na merenda escolar e o desejo da instalação de um frigorífico, que iria impulsionar a produção. O Escritório, no entanto, permaneceu inativo e deixou de existir menos de dois anos depois da inauguração. Hoje, ao invés de um setor desenvolvido, há o inverso: uma redução na produção de peixes na região.

Osmar Zoldan é produtor de alevinos e presidente da Associação dos Aquicultores dos Campos Gerais há quase 20 anos. Ele lembra o empenho em buscar a instalação de uma sede regional do Ministério da Pesca, a qual porém não ‘deslanchou’ na cidade. Osmar não ficou à frente do Escritório. “O objetivo era trazer o kit de produção de piscicultura, madeiras, caminhões para setor”, recorda, afirmando que isso era para incentivar a produção e reduzir os custos aos produtores. Ele diz que são praticamente os mesmos cerca de 60 produtores que participam das reuniões da associação, porém afirma que a produção caiu. Como lembra Zoldan, dos dois maiores produtores de peixe, um faleceu, o Elio Degraf; e o outro reduziu a produção, Francisco Terasawa.

Também ligado ao setor de sementes, Francisco Terasawa reduziu a produção de peixes em função de uma grande perda, registrada há dois anos, pelo frio intenso, que matou grande número de pacus. Para 2018, inclusive, o produtor põe em dúvida a sua participação na Feira do Peixe, marcada para o final de março. 

Não há um controle exato sobre a quantidade produzida, porém Zoldan relata a queda nos últimos anos (No VBP, por exemplo, há o registro de uma redução de 48 mil quilos de tilápia, em 2013, para 40 mil em 2015, e 30 mil quilos em 2016), e diz que há aquicultores que produzem entre uma tonelada e uma tonelada e meia de peixe. Intenção de expandir existe por parte dos produtores, segundo o presidente da associação, mas as condições, atualmente, são desfavoráveis, principalmente pelo custo de investimento, dificuldades de licenciamento ambiental, além do escoamento da produção – que, em geral, necessitaria de algum contrato de venda. “Tem muita gente interessada, em fazer viveiro, tanques na propriedade. Mas existe uma gama de atividades que precisa, como o local certo, licenciamento, investimento no produto, dimensões do tanque”, alega. 

Prefeitura mantém intenção de construir um frigorífico

A secretaria municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SMAPA) relata ações para a tentativa do fortalecimento do setor. Ano passado, por exemplo, foram entregues 34.423 alevinos aos 36 produtores em Ponta Grossa. A entrega foi realizada em dezembro, porém a média de produção depende do modo de criação de cada piscicultor. 

Em nota, a secretaria afirmou que uma ação será iniciada neste ano. A intenção de construir um frigorífico, inclusive, segue como um objetivo. “Em 2018, com o intuito de incentivar a piscicultura em Ponta Grossa, a SMAPA entregará uma cartilha aos piscicultores e aos possíveis produtores de peixes. Em forma de manual, na cartilha há a explicação de como produzir cada espécie. Além disso, a intenção da secretaria é formação de um grupo na produção de alevinos e, em um futuro próximo, contar com um mercado de peixe e até mesmo um frigorífico”.

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