Produtores estimam safra recorde de soja na região

A  região Campos Gerais deverá registrar uma produção recorde de soja nesta safra 2018/2019. Com o início do plantio nesta semana em alguns dos 18 municípios abrangidos pelo núcleo regional o Departamento de Economia Rural (Deral), já há a primeira projeção de safra, divulgada pela Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (SEAB). E os números mostram que os agricultores deverão apostar, mais do que nunca, na soja. Mais do que ampliar a área plantada, a projeção é de um crescimento também no rendimento médio por hectare em relação à safra passada, o que deverá garantir uma colheita de 2,16 bilhões de toneladas do grão, maior valor da história. 

Esse montante deverá ser obtido a partir da produção média de 3.750 quilos de soja por hectare, maior que os 3.728 da safra anterior, mas ainda abaixo dos pouco mais de 3,9 mil registrados na ‘supersafra’ de 2017. Já a área plantada passa de 573,4 mil (safra 2017/2018) para 576,7 mil hectares (safra 2018/19), contra os 538,4 mil hectares da safra 2016/2017. Essa combinação deve resultar na alta de 1,17% na produção total, se comparada à safra retirada do campo nesse ano. 

Luiz Alberto Vantroba, economista do Deral na região, aponta que esse rendimento por hectare poderia ser ainda maior, caso muitos dos produtores não optassem pela soja precoce. Segundo ele, essa variedade, que tem o ciclo encurtado, tem um rendimento um pouco inferior. Porém, o perdido nesse primeiro momento é recuperado no próximo ano. “Se por um lado produzem um pouco menos, por outro compensa a possibilidade de fazer uma outra safra, uma segunda safra. Isso vem de uns dois anos para cá aqui na região, estão aproveitando mais o uso do solo”, informa. Essa segunda safra é sempre de milho ou feijão, pois mesmo plantada agora, a soja precoce só poderá ser retirada no final de janeiro, para no início de fevereiro haver o plantio da outra cultura. 

No Paraná, o Deral estima um volume de 19,6 milhões de toneladas para a safra de soja, um aumento de 3% em relação à anterior, encerrada com 19,1 milhões de toneladas. A preferência pela soja é reflexo dos bons preços do grão que vem compensando os produtores que sofreram com eventos climáticos sobre a soja na temporada passada. Em todo o Estado, os produtores estão animados com os preços compensadores, que evoluíram cerca de 20% do ano passado para cá.

Alta pela tecnologia e dedicação

O crescimento da produtividade por hectare nos Campos Gerais é reflexo de uma combinação de motivos, informa Vantroba. Segundo o profissional, vai além dos estudos feitos e das tecnologias empregadas nas sementes de soja – motivo pelo qual também é possível ter o grão precoce com qualidade. “Há uma constante pesquisa para a soja. Mas na região há muita dedicação do produtor que vem de uma safra razoavelmente boa, que investe em máquinas agrícolas. Até porque precisam produzir mais na mesma área, por não ter mais fronteira agrícola”, destaca o economista do Deral.