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Estiagem provoca prejuízos na segunda safra no Paraná

Prejuízos com perdas de milho e feijão da segunda safra 2018 já chegam na ordem de R$ 1,34 bilhão

CASCAVEL/PR - 16-02-2011 - Plantação e colheita de milho no interior de Cascavel. Foto Jonas Oliveira
CASCAVEL/PR - 16-02-2011 - Plantação e colheita de milho no interior de Cascavel. Foto Jonas Oliveira -

Fernando Rogala

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O período de mais de 40 dias sem chuvas entre os meses de abril e maio afetou o desenvolvimento da segunda safra de grãos plantada no Paraná e atrasou o plantio de trigo e outros cereais de inverno. A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento já contabiliza prejuízos com perdas de milho e feijão da segunda safra 2017/2018 da ordem de R$ 1,34 bilhão. Nos Campos Gerais, por exemplo, estima-se uma redução de 29% no feijão e 20% no milho. 

A estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral), divulgada nesta quinta-feira (24), é de uma produção de 36,8 milhões de toneladas em todo o Paraná, 12% menor que a anterior, que foi de 41,7 milhões de toneladas. Nos Campos Gerais, a segunda safra do milho deverá resultar em 123,9 mil toneladas de milho (contra 155,6 no ano passado), enquanto que o feijão 70,9 mil toneladas (em 2017 foram 99,6 mil toneladas) 

No caso do milho, o rendimento por hectare deverá registrar uma redução de 4% na região, de 5,96 toneladas por hectare em 2017, para 5,7 toneladas por hectare nesta safra. Já no feijão será mais expressiva, de 15%, de 2 toneladas por hectare para 1,7 tonelada por hectare. 

Para o diretor do Deral, Francisco Simioni, infelizmente o clima não está favorável ao desenvolvimento da segunda safra de grãos no Estado. O cenário é o mesmo para o trigo e demais cereais de inverno, cujo desempenho está totalmente dependente do clima em que persiste um quadro com chuvas abaixo do esperado.

Segundo ele, há esperança que parte dos prejuízos já previstos possa ser compensado com preços melhores, principalmente para os produtores que diversificam a produção. Simione destacou também a possibilidade de retornos financeiros compensadores para os produtores que conseguirem exportar a produção, como a soja. “O câmbio elevado e o mercado consumidor de oleaginosas com mais demanda pode favorecer o produtor internamente”, disse o representante do Departamento.

Conforme relatório do Deral, a colheita da segunda safra de milho terá uma redução de 2,2 milhões de toneladas, que corresponde a uma perda de R$ 1,2 bilhão. Já no feijão, o Deral está contabilizando uma perda de 20% na produção em relação ao potencial produtivo. A previsão é que 75 mil toneladas já foram perdidas no Estado. O prejuízo foi avaliado em R$ 142 milhões, considerando os preços praticados pelo mercado.

Consumo pode ser reduzido

No mercado interno a preocupação é com a redução no consumo de milho, frente a possibilidade das empresas integradoras em diminuir os alojamentos de frangos para fazer frente ao embargo das exportações de frango pelo mercado comum europeu. “No médio prazo, as cotações de milho podem não se sustentar por causa da queda na demanda por frango”, disse o diretor do Deral, Francisco Simioni.

Além disso, afirmou, existe o conforto de uma produção de milho normal no Brasil, sendo que a queda na produção está concentrada no Paraná. “Com isso o espaço para aumento de preço para a commoditie milho é menor”, enfatizou Simioni, podendo o produtor paranaense não ser recompensado com possível aumento nos preços internacionais.

Milho e feijão não registram  desvalorização

Esse cenário, porém, não impactou de forma significativa a comercialização do grão, que está sendo vendido entre R$ 32,00 a R$ 34,00 a saca em média, cotação próxima ao mercado internacional. Gervásio não acredita em falta de milho no mercado, se considerar que as perdas com a segunda safra estão restritas ao Paraná, e a produção nacional não deve ser inferior a 80 milhões de toneladas este ano. Já no feijão, o preço do de cor, que estava cotado a R$ 90,22 a saca em abril, subiu para R$ 111,54 a saca em maio. E o preço do feijão preto, que era R$ 103,94 a saca em abril, evoluiu para R$ 116,88 a saca em maio.

Com informações da AEN

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