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Região tem alto potencial para gerar energia renovável

Mesmo com grande potencial através de biodigestores e usinas eólicas e fotovoltaicas, legislação emperra os investimentos

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Fernando Rogala

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Os municípios dos Campos Gerais tem grande potencial para a geração de energias alternativas. Região que é destaque na produção em grãos no estado, referência nacional na produção leiteira e que está elevando a produção de suínos – além do projeto da GMH, em Jaguariaíva, que irá fomentar a cadeia do frango -, tem todas as condições de se tornar autossustentável na produção de energia elétrica. A conclusão é de Gustavo Ribas Netto, presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa e do Núcleo Sindical Rural da Região dos Campos Gerais, que esteve, nas últimas duas semanas, em viagem técnica na Europa, para conhecer a realidade local de geração energética renovável nas propriedades rurais.

Nesta quinta-feira (29), o líder sindical fez um balanço do que viu a representantes do Sindicato, em Ponta Grossa, durante o ‘Quinta com Café’; e também contou os detalhes em uma visita à redação do Portal aRede e Jornal da Manhã. Ele destacou que a utilização de biodigestores é muito difundida nos países europeus, assim como de placas solares, para a geração de energia fotovoltaica. Na região dos Campos Gerais, no entanto, Ribas Netto afirma conhecer apenas uma propriedade autossuficiente com a tecnologia de biodigestão, em Castro.

Para ele, o que impede a difusão dessas tecnologias e o crescimento da geração de energias renováveis é a legislação, com falta de incentivos. O principal deles no Brasil é a impossibilidade da comercialização de energia para terceiros. Ou seja: se o produtor investir no biodigestor e gerar energia em excesso, não pode comercializar para o vizinho. Ribas Netto explica que, na Europa, além dessa possibilidade, o governo garante a compra da energia gerada pelos produtores. “Quem tem potencial de gerar mais energia tem um contrato com a União, que compra o excedente. Com isso, é possível um planejamento maior, até de fazer novos investimentos, já que com a garantia do dinheiro do governo, as taxas de empréstimos são baratas”, informa.

Os biodigestores são alimentados com tudo o que é possível, relata o líder sindical, inclusive ‘lixo’. “Tudo o que tem, aproveita. Seja carcaça de animal morto, madeira, dejetos, milho, trigo. Há produtores que plantam milho para abastecer o biodigestor”, informa, relatando que o que é utilizado para silagem no Brasil, por lá, é depositado no biodigestor. No caso do milho, inclusive, o produtor lucra mais plantando para gerar energia: se o agricultor pega € 10 na produção e comercialização do grão, no biodigestor essa mesma quantidade vai render € 30, se vendido ao governo. “Por isso já há uma discussão do que e quanto usar para energia ou para alimento”, completa.

E tudo isso, ainda, acaba gerando, como produto final, adubo orgânico, que pode ser vendido a outras propriedades, aumentando a renda e gerando vagas de emprego no transporte.

Comparação: Burocracia trava usinas eólicas

Para explicar a burocracia ao implementar projetos de geração de energia sustentável, Gustavo Ribas Netto explica os exemplos da intenção da construção de usinas eólicas nos Campos Gerais. Com grande potencial já confirmado em estudos, há projetos que estão em trâmite, segundo ele, há oito anos. E ainda devem levar pelo menos três anos para fornecer energia, caso sejam aprovados de imediato. “Lá na Europa, esse processo leva apenas um ano”, informa. Segundo ele, por lá há esse interesse na geração energética pelo fato de que há a intenção da autossuficiência, dos países não ficarem dependentes da Rússia ou das usinas nucleares da França. No Brasil, por sua vez, ele acrescenta que há a necessidade e uma grande demanda pela geração de energia – o que prova é a bandeira vermelha cobrada nas contas.

A viagem

A viagem foi promovida pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), e contou com a presença de representantes do IAP, da Itaipu, do Senar, Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sindicatos Rurais. A viagem durou 15 dias e foram visitados países como Alemanha, Áustria, Itália.

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