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Evento marca reconhecimento oficial da raça Purunã

Evento será realizado no dia 26 de abril, no Palácio Iguaçu, em Curitiba

Primeira raça genuinamente paranaense, 
Purunã se destaca na pecuária de corte.
Foto: IAPAR
Primeira raça genuinamente paranaense, Purunã se destaca na pecuária de corte. Foto: IAPAR -

Fernando Rogala

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Será realizado, no dia 26 de abril, no Palácio Iguaçu, em Curitiba, um evento que marca o reconhecimento oficial da raça Purunã pelo Ministério da Agricultura. Trata-se da primeira raça bovina paranaense e a primeira do país desenvolvida por um órgão estadual de pesquisa agropecuária, o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). É resultado de mais de 30 anos de estudos na Estação Experimental Fazenda-Modelo, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. O evento terá a presença do governador Beto Richa e abre as comemorações dos 45 anos de fundação do Iapar. 

A qualidade da carne, a precocidade sexual e de acabamento e a adaptação aos diferentes climas, principalmente aos mais quentes, são algumas das características que têm agradado aos pecuaristas que criam o gado Purunã. O bovino  é resultado do cruzamento de outras quatro raças – Charolês, Aberdeen Angus, Caracu e Canchim. O nome é uma homenagem à Serra do Purunã, que separa o primeiro e o segundo planaltos do Paraná, uma região com forte tradição pecuária no Estado. 

O pecuarista e veterinário Piotre Laginski, de Cascavel, no Oeste do Estado, começou a criar o Purunã em 2007 e hoje tem um rebanho de aproximadamente 400 cabeças. “É uma raça que está ganhando muito espaço, principalmente pelo seu potencial de produtividade. Acredito que é uma das raças do futuro, que tem um grande desempenho e pode trazer um importante retorno ao pecuarista”, afirma. 

Lagiski conta que já comercializa a carne em alguns frigoríficos e supermercados e que a aceitação é grande. “Os elogios dos açougueiros são os melhores possíveis, comprovam que o Purunã vem produzindo carne de alta qualidade, que é o que o mercado busca”, disse. “É uma carne que poderia ser usada para acessar o mercado europeu, por exemplo, que é superexigente. É uma raça que vem para somar na pecuária brasileira”, avalia. 

Além de conquistar pecuaristas paranaenses, o gado Purunã vem ganhando notoriedade e já ultrapassou as fronteiras do Paraná, com criadores no Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Rondônia e até no Amazonas. A raça ainda precisa do registro definitivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que deve ser emitido neste semestre. Entretanto, desde 2012, o Iapar tem a autorização do Ministério para emitir o Certificado Especial de Identificação e Produção (Ceip) do Purunã, documento que permite sua apresentação e comercialização em todo o Brasil. 

Processo
O zootecnista e pesquisador do Iapar José Luís Moletta está envolvido desde o início da década de 1980 nos estudos que chegaram ao Purunã, desenvolvido a partir do melhoramento genético das raças puras para chegar às características do animal. Além de Moretta, o pesquisador Daniel Perotto também liderou os estudos, que contaram ainda com a participação de técnicos agrícolas e de outros profissionais. 

“Foram vários estudos entre 1981 e 1995 para a avaliação dos cruzamentos, indicativos e ganhos genéticos das raças. Ao final do processo, chegamos à conclusão de que esses cruzamentos produziam animais superiores”, conta o pesquisador. “Então, propusemos ao Iapar a continuidade da pesquisa para a formação de rebanho. Foi um processo quase 100% financiado pelo Estado”, destaca. 

Em 2012, o Iapar liderou a criação de uma associação de produtores para iniciar os trâmites junto de reconhecimento da raça junto ao Ministério da Agricultura. Hoje, o rebanho está em expansão e conta com cerca de 3 mil matrizes envolvidas na criação de bezerros. 

“Nossa expectativa é que isso se amplie ainda mais com o reconhecimento do Ministério. Na Expolondrina, por exemplo, muitos criadores se mostraram interessados em criar os bovinos, mas ainda não temos capacidade de fornecer o sêmen em grande quantidade, o que será possível após essa chancela”, afirma o pesquisador. 

Característica
Moletta explica o papel de cada raça nas características do Purunã. O Charolês contribuiu com a velocidade de ganho de peso, grande rendimento de carcaça e elevado porcentual de carnes nobres. O Angus conferiu precocidade, tamanho adulto moderado e temperamento dócil, além de carne macia e com alta qualidade de marmoreio (acumulação de gordura intermuscular na carne). 

Já as raças Caracu e Canchim transmitiram rusticidade, tolerância ao calor e resistência aos parasitas. As vacas Purunã se destacam também pela habilidade materna e boa produção de leite, características herdadas de Caracu e Angus. 

Além do bom acabamento da carcaça, Moletta salienta que os animais Purunã vêm se destacando pela precocidade sexual. “Novilhas e tourinhos criados em sistema extensivo com suplementação estão chegando à idade reprodutiva em torno de 14 a 15 meses”, aponta o pesquisador. 

Outra característica favorável da nova raça é o bom desempenho dos touros em regiões de clima mais quente. Segundo o pesquisador, a raça Purunã pode ser adotada tanto para criação exclusiva quanto em cruzamentos com vacas Nelore e aneloradas, visando terminação. 

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